Prontuário: Dobrar, Pintar, Mimar

Dobrar devagarinho, pintá-lo levemente, mimá-lo com salpicos.
Nasceu um orizuro e está vestido a rigor. De que cores é o teu?

Exemplos:

A Diana pegou no pincel e vestiu o seu orizuro a rigor . No fim, fê-lo voar e viu as suas cores misturarem-se com o azul do céu e o branco das nuvens.
  1. Observamos um quadrado de papel em branco. Está pacientemente à espera de se tornar pássaro. É ainda um plano silencioso, em repouso, que queremos acordar sem sobressalto. Seguimos passo a passo as instruções de dobragem (ver aqui), cuidando e saboreando cada dobra, cada volta e reviravolta, zelando para que cada esquina se configure com precisão.
  2. A forma aparece e reconhecemo-la, mas ainda dorme.
  3. Pegamos num pincel, escolhemos uma primeira cor e começamos a pintar o orizuro, como quem veste um bebé. Murmuramos, cantamos baixinho, talvez ecoando sons que aparecem em redor ou que lembramos de ontem. Podemos demorar-nos num bordado complexo sobre a asa, esvoaçar brevemente com o pincel pela cauda, conjugar diferentes cores sobre o pequeno bico, mimá-lo com salpicos ou banhá-lo com uma pincelada mais larga que o seu dorso, para o refrescar.
  4. E chegará um momento em que pousamos o pincel, em que vemos o nosso Orizuro vestido a rigor para celebrar a Primavera. Pousado sobre a nossa mão, começamos por embalá-lo suavemente. Aos poucos, animados e igualmente prontos para a celebração, podemos deixar que nos leve ao encontro de outros pássaros.